03 Jul 2018 09:52
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<p>Como tem que ser a participação do Estado no campo econômico? Qual local é mais favorável? De que forma a gestão podes se tornar mais produtivo? Essas e algumas perguntas nortearam os professores Sérgio Lazzarini, Ph.D. Especialista do Imil, Lazzarini é diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e escreve postagens para o jornal “O Estado de S. Paulo”. Wagner Vargas: O que é a reinvenção do capitalismo de Estado?</p>
<p>Sérgio Lazzarini: O mundo inteiro passou por mudanças em ligação à participação do governo no controle das empresas. Ele passou do controle das grandes para as pequenas. Desenvolveram-se novos mecanismos, como os fundos soberanos. No Brasil, temos, a título de exemplo, o BNDES, que participa com capital acionário em numerosas empresas. É um modelo que chamamos de “Leviatã minoritário”: o Estado participa das corporações, entretanto não é este extenso ser (Leviatã). Ele não controla as corporações, porém está ali como minoritário.</p>
<p>Este é um vasto movimento. No segundo movimento, as grandes estatais que não foram privatizadas, porém que sobreviveram, em direito significado foram transformadas; com mais transparência, em tese. E algumas se listaram em bolsas neste instante bem determinadas, como a bolsa de Nova Iorque. Diversas modernizaram tua governança e atraíram investidores privados com fundos para participar de projetos com as estatais.</p>
<p>Esse é um padrão conhecido como “Leviatã majoritário”. A gente descreve no livro esses 2 grandes movimentos. Vargas: Porém esses dois movimentos trouxeram avanços ou, na realidade, provocaram mais dificuldades? Lazzarini: Depende. Em alguns países, a título de exemplo, há grandes estatais blindadas de interferência política, que seguem objetivos, mandatos claros e são bem eficientes. Contudo, infelizmente, em alguns países, os governos não resistiram à tentação de usar toda a máquina para fins políticos. Isto é, para interceder nestas organizações e usá-las para tomar decisões que não seriam as melhores pra organização e pra comunidade, como, infelizmente, a gente acabou observando no caso da Petrobras. Vargas: A obra aponta trade-offs entre os modelos de gestão em organizações públicas e privadas.</p>
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<p>Tivemos há insuficiente um ministro da Fazenda presidindo o conselho da Petrobras. Como formar um recinto mais transparente para blindar esse tipo de ingerência política na gestão? Lazzarini: É essencial ter uma gestão profissional, um conselho, pessoas que estão monitorando a empresa e que não são ligados ao governo em exercício.</p>
<p>Pessoas reconhecidas, profissionais de mercado com o papel de vigiar o que está sendo feito. O problema é que apenas isso não basta. O governo vai almejar variar todos os nomes, pôr pessoas do partido político. O que carecemos fazer? Precisamos desenvolver um lugar institucional robusto, com um sistema de freios e contrapesos.</p>
<p>Tais como, agências reguladoras estáveis, agências fortes. ‘Ah, mas eu aspiro usar a estatal pra meter-se em estabelecido setor’. Não vai atingir se a agência reguladora tiver regras para o setor. No Brasil, assim como há espaço pra se gerar uma lei específica pra estas sociedades, chamadas de capital misto, que eu chamei de “Leviatã majoritário”, corporações controladas pelo Estado, contudo com investidores privados. Carecemos de uma lei mais clara, que estabeleça o que haverá no estatuto, caraterística dos gestores e dos conselheiros, e regras até para a intervenção do Estado. Há várias transformações institucionais que necessitam ser feitas e garantidas.</p>